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sábado, 4 de setembro de 2010

O número de talhões contaminados com greening, pior doença de citros no mundo, cresceu de 0,1% para 2,4% este ano na região Noroeste do Estado de São Paulo, segundo aponta o levantamento amostral realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). A região é a que apresenta menor incidência da doença.

De acordo com o levantamento, mais de 280 talhões está contaminado. No Estado, a incidência da doença é de 38,8%, totalizando 36 mil talhões com sintomas de greening – em 2009, era 23 mil, o que representa um aumento de 56%. A região central é a mais afetada, com 61,7% dos talhões com greening.
Apesar do crescimento do número de talhões contaminados, o levantamento também mostrou que a incidência da doença nas árvores ainda é baixa, o que aponta a necessidade da adoção do manejo adequado para o controle do greening, como recomenda a política do Fundecitrus.
Na região Noroeste, onde estão as cidades de José Bonifácio, Jales e Votuporanga, 0,05% das árvores apresentaram sintomas.
O levantamento amostral de greening foi realizado por uma equipe de 140 pessoas, que percorreu 93 mil talhões, inspecionando 10% das árvores.
Os dados validam a adoção de uma política voltada para a educação fitossanitária. Segundo o gerente do Departamento Técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari, apesar do crescimento da doença na região, é possível conter o crescimento do greening com medidas de manejo em conjunto. “Os produtores precisam ter em mente que quanto mais cedo começarem o controle, menor será a incidência da doença”, afirma.
Para o gerente, o problema cresce porque alguns produtores ainda não fazem o manejo, outros começam tardiamente e alguns, que adotam as medidas, sofrem com vizinhos que não realizam o manejo. As ações de combate ao greening, especialmente as em conjunto, precisam ser intensificadas.
O manejo da doença envolve basicamente três ações: erradicação de plantas doentes, controle do inseto vetor, o psilídeo Diaphorina citri, e constantes inspeções no campo, além do uso de mudas sadias e certificadas.
Pesquisas apontam que o quanto mais cedo o citricultor iniciar o manejo, melhor será o controle da doença. Um estudo recente realizado pelo Fundecitrus provou que a adoção do manejo regional, feita em conjunto por propriedades vizinhas, tem mais eficácia.
Entre os principais pontos desse estudo, divulgado em junho deste ano, estão a redução dos psilídeos infectivos, aqueles capazes de transmitir o greening, e a redução da incidência da doença que chegou a ser 15 vezes menor onde há o manejo regional do que em propriedades nas quais o controle é feito por apenas um produtor.
“Os proprietários precisam ter em mente a importância do manejo regional, que se torna cada vez mais essencial para uma política eficaz de combate a doença”, destaca Massari.
Ações do Fundecitrus
A decisão tomada pelo Conselho Deliberativo, após profunda reflexão sobre a eficácia do combate ao greening, demonstra que o avanço da doença dentro do parque citrícola paulista, poderá ser minimizado intensificando as ações de conscientização. Os engenheiros da entidade ficam à disposição dos produtores para realizar palestras, reuniões, treinamentos e dar todas as orientações necessárias para o combate de doenças e pragas dos citros.
Combate ao greening exige parceria. O Fundecitrus promove a organização dos citricultores em grupo para facilitar a adoção do manejo regional. Em todo o Estado, são 110 alianças, que recebem apoio da equipe da entidade. Os Dias de Campo, promovidos anualmente, também levam o conhecimento até os produtores. Este ano, três eventos já foram realizados e, até o final de novembro, serão feitos mais sete.
Além do trabalho de conscientização, o Fundecitrus está desenvolvendo diversas pesquisas sobre o manejo e controle do greening, buscando a compreensão da doença e soluções práticas para o campo.

Greening em números no Estado de São Paulo

– 36 mil talhões contaminados do total de mais de 93 mil

Região Central: a mais afetada

– 61,7% de talhões contaminados

– 3,5% de plantas doentes

Região Sul

– 44% de talhões contaminados

– 2% de plantas sintomáticas

Região Oeste

– 21,4% de talhões contaminados

– 0,34% de plantas doentes

Região Norte

– 16,4% de talhões contaminados

– 0,39% de plantas doentes

Região Noroeste: a menos afetada

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